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Tuesday, January 13, 2015

Não há pachorra para tanta poesia

Isto estava-me atravessado na garganta desde Dezembro!
Como sabem sou uma moça que segue atentamente tudo o que é literário aqui em Portugal. Sigo alguns grupos do Facebook com livros no nome e escritores também. Gosto de seguir o que o pessoal escreve para ver o que se passa. Podia-me dar para outras coisas, mas dá-me para isto. De vez em quando lá aparecem umas coisas engraçadas e temas para a gente andar à batatada uns com os outros.
Infelizmente existe uma tendência pavorosa, ultimamente. Lembram-se quando a gente escrevia as nossas coisinhas, poemas, pequenos trechos e isso e guardava, mais tarde pegava neles e dizia epá… eu era tão tonhó! 
O problema é que isso já não existe. Graças aos Facebook leio todos os dias alguma criatura abençoada neste mundo que escreveu um poema. Há pessoas que conseguem escrever um poema todos os dias e pumba lá publicam eles no facebook em setenta ou mais grupos… Meus amores, vamos lá ver uma coisa, NINGUÉM quer ler todos os dias algo escrito por vocês ok? O valter hugo mãe não enfia pelas bocas adentro das pessoas cada borrada que ele escreve, a Maria Teresa Horta que é uma querida, não enfia pelo Facebook adentro todos os poemas mal ela os escreve. Até entendo que algumas pessoas sejam mais criativas e procrastinem menos que outras, mas vai-se a ler e é poesia tão seca, tão sem sabor, tão parece que escreveram aquilo só mesmo para publicar qualquer merda na porra dos grupos, que meus filhos eu adoro poesia, eu já escrevi poesia, que era pavorosa, já agora, convém dizer, mas eu já não aguento tanta verborreia pseudo-poética. Amigos, escrevam o que raios vocês quiserem, mas publiquem NUM grupo, UM!
O problema neste caso é que não há conta, peso e medida, porque vocês não pensam nem analisam nem deixam aquela criatura marinar o suficiente para mais tarde verem que afinal até nem gostam tanto. Males do Facebook? Sim. Mas eu gosto muito do Facebook para seguir outros autores em ascensão que usam esta plataforma para se auto-promoverem de forma espaçada e por vezes de forma original.
Meus amores, nenhum editor vai olhar para um texto não revisto sem tempo para ter estado em banho maria e vai querer publicá-lo. Quantidade não é qualidade e nem todos somos poetas… (podemos ser Charlie, mas não somos Pessoa) isso é o que as vanities dizem para açambarcarem tonhós com dinheiro para publicarem as suas poesias “maravilhosas”.
Escrevei o que quiserem, mas deixem pelo menos dois meses a coisa assentar ou peçam uma opinião a meia dúzia de pessoa. Parir poemas também eu.

5 Tidy Friday: Não há pachorra para tanta poesia Isto estava-me atravessado na garganta desde Dezembro! Como sabem sou uma moça que segue atentamente tudo o que é literário aqui em Portu...

2 comments:

  1. Lamento, escrevo poesia no blogue coma frequência com que me apetece, às vezes partilho outras não e vou continuar... podem sempre ignorá-la se for má.

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    1. Uma ou outra ainda vai lá. Agora acredita eu conheço pelo menos 3 criaturas que é todos os dias um poema diferente e depois só pedem likes para a página. Infelizmente a tendência não está a diminuir e muitas vezes tenho de os kickar do grupo porque em vez de haver comunicação, há só posts com: olhem o meu poema, façam like... -.-

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