O Metro

Primeiro, feliz ano novo!

Segundo, porra! Estou para escrever sobre este assunto há séculos e sempre com a esperança idiota e vã de que algo vá mudar. Mas não! 

Terceiro, este post chama-se Metro, mas não vai ser sobre as greves do metro, até porque no Porto por algum motivo obscuro o metro raramente entra em greve. Nem sobre os maluquinhos que entram no metro a dizer asneiras com crianças lá ao lado ou então pessoas com mau aspecto que começam a discutir e a falar com desconhecidos, sabe lá Deus porquê. Ou então aquelas pessoas que não nos conhecem de nenhum lado e começam a falar connosco, God fucking knows why? Se for uma velhinha, ok eu entendo, a pessoa pode estar sozinha e tal, até consigo falar com a pessoa e concordar com ela por simpatia. Mas se não são velhinhas solitárias com historial médico digno de um episódio de Doctor House - não falem comigo!

Foto: Flickr

Tudo isso consigo ignorar se tiver os meus fones, mas há algo que acontece em todas as viagens de metro desde que comecei a utilizá-lo desde Setembro – as pessoas metem-se na porta do metro e NÃO DEIXAM SAIR! E depois fica tudo um pandemónio, uma confusão que não se aguenta e depois ninguém entra nem ninguém sai. A sério, eu coloco-me de lado ou então espero numa tentativa de fila pseudo-organizada para entrar, mas não dá! Então as que saem com carrinhos de bebé é o caos. Ninguém tenta ajudar as moças ou o pai a tirar o carrinho e entopem a entrada do metro.

Foto: http://olhares.sapo.pt/antes-de-entrar-deixe-sair-foto5811932.html#

Gente, por favor está na porta: Antes de entrar deixe sair. Caralho, vocês sabem ler porra. Somos tão estúpidos e atrasados que TEMOS de ter a merda de uma frase na porta do metro e MESMO ASSIM IGNORAMOS? Como? O quão atrasadas são as pessoas que nem seguem a porra de uma frase que devia de ser já senso comum. 

Pior só mesmo quando finalmente entramos na porra do metro e as pessoas ficam especadas cinco segundos a ver se arranjam lugar para se sentar. Não a sério, pelo amor da Santinha, entrem no metro ou vão para um sítio e deixam-se lá estar ou então vão directos para os bancos, agora ficarem na entrada do metro a olharem de um lado para o outro a fazerem um raio-X à carruagem é que não. Gente, querem alapar a peida, alapem-se mas depressa! Depois as portas fecham-se e as pessoas ficam presas ou então cá fora porque as madames não se decidiam se alapavam o cu ou ficavam de pé. É tudo aos encontrões, ainda por cima os novos metros têm a barra super em cima é impossível uma criatura de 1,65 chegar lá sem ser em bicos de pés toda esticada na posição mais desconfortável, mas alguém dá passagem? Nopes! Nope! Isso é ser muito civilizado, é pedir muito das pessoas.

“Com licença” aqui, “com licença” acolá, passar por debaixo das axilas de alguém, chega a um ponto em que só apetece berrar: importa-se de remover a sua pessoa da minha frente para eu sair da merda do metro ou é pedir muito?

Não estou habituada! Quando estive na Polónia, bastava dizer licença em polaco e abria-se um túnel à minha frente para eu passar. Não precisava de ter letrinhas nas portas, todos sabiam que o metro abria as portas durante um minuto e todos saiam, deixavam sair e entravam de forma ordenada. Ninguém falava com ninguém desconhecido. Não precisava de usar fones porque não se ouvia nada sem ser o barulho do metro a andar. As pessoas estavam na sua vida, liam o jornal, um livro, uma revista, estavam na net, jogavam um jogo no smartphone ou simplesmente ouviam música. Todos sabiam para onde ia o metro, as estações, todos sabiam onde sair. Os portugueses podem pensar que isto é triste, que não havia interacção, mas é uma viagem de metro e for what is worth os polacos mostraram-se (a nível de civismo) bem acima dos portugueses. Até podiam ser mal-educados e pessoas horríveis mas em público, na utilização dos transportes públicos, mostraram saber as regras básicas e aplicavam-nas. Nós nem com a merda de uma frase espalhada em todos os metros chegamos lá. Vamos ter de comer muitos noodles para evoluirmos… ai vamos vamos!

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